Quinta de Loridos


Loridos - Bombarral - Vista parcial da quinta
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Local de Edição: Bombarral
Tipo de impressão: Fototípia
Cor: Verde
Dimensão: 140x90 mm
Ano de edição: 190?
Impressão: ?
Observações: BPI com legenda na face e com margem. No verso encontramos a indicação «Bilhete Postal» e campos para a «correspondência» e «direcção».
O presente BPI circulou em 1908.

A Quinta dos Loridos remonta a uma doação de terras feita pelo mosteiro a João Annes de Lourido, por volta de 1430. Em finais do século XV estabelecem-se em Lisboa representantes da família Aifaitati ou Lafetas, banqueiros oriundos de Cremona, cuja casa bancária possuía filiais em Roma, na Inglaterra, na França, na Espanha e na Flandres. Em Portugal, associam-se inicialmente à produção de açúcar da ilha da Madeira, e, após a abertura do Caminho marítimo para a Índia, ao comércio de especiarias. No início do século XVI fixam-se na região de Óbidos, tendo erguido uma casa de campo nas terras da Quinta dos Loridos, que entretanto lhes fora doada por D. Manuel I. A disposição quinhentista das edificações, de inspiração italiana, pode ser percebida até aos nossos dias, nomeadamente nos jardins em socalcos e no portal "Paladiano" do corpo central do edifício, idêntico ao do Palazzo Affaitati, em Cremona. Mais tarde, em meados do século XVIII, a propriedade encontrava-se em mãos da família Sanches de Baena, conforme o testemunha a pedra de armas sobre o portal de entrada. Na posse desta família, tiveram lugar importantes alterações que lhe conferiram feições barrocas, notadamente na entrada e na capela.
A propriedade mudou de mãos em 1834, quando foi adquirida pelo capitão João Pedro Barbosa. O seu filho, José Antonio da Silva Barbosa, pretendeu legá-la em testamento a um pároco, que a recusou, rogando-lhe que a deixasse a um primo, Albino Honorato da Silveira Sepúlveda (Presidente da Câmara do Bombarral entre 1930-1938), que assim a herdou.
Em 1989 a quinta foi adquirida à família Sepúlveda pela empresa J. P. Vinhos, S.A., que lhe promoveu extensa campanha de conservação e restauro, nomeadamente em termos de telhados e interiores, assim como a instalação de uma adega para a produção de vinho espumante (onde se destaca um lagar com uma antiga prensa de "vara"), a construção de uma cave para envelhecimento do produto e a plantação de vinhas. A plantação de vinhas ocupa 45 dos 90 hectares da propriedade com um compasso de 2,4 x 1,1 e uma densidade de 3.700 plantas das castas Castelão, Fernão Pires, Merlot, Tinta Roriz, Chardonnay, Arinto, Alvarinho e Pinot.

1 comentário:

tomás colaço disse...

Um bom resumo da história dos Loridos. Obrigado. A nossa avó ( Beatriz de Mello Lobo da Silveira Sepulveda nasceu e casou nesta casa e temos várias coisas vindas desta casa. Também temos receitas e fotografias. Boas memórias.